segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quando cheguei esqueci de avisar:

bonito é azul e vermelho
-que nem os gringos-
e nós somos meros
espectadores.

lili

sábado, 25 de abril de 2009

'Se não quer ler, podemos apagar as luzes' III

e ainda assim,
eu penso em ti
como um ser
radiante.

...e ando fazendo
bobagens, digamos,
pra tentar me
aproximar
de você.

continuo a fingir
te entender,
mesmo sem
saber por
onde andas,
pintor.

o seu olhar,
o seu alô,
o seu balé:
como me fazem falta!
a ausência fez
de você inteiro
mais adorável que nunca,
meu caro.

lili

'A necessidade de assimetria' I

as suas pintas estão sumindo,
e meus ossos vão ficando rígidos
sem teu olhar.
não sei se ainda ligo.
não sei se te ligo,
disco o número familiar
nunca decorado,
escuto sua voz e espero
alguma reação.

o seu olhar confuso, do
qual não me recordo
como antes, me deixa
cinzenta, você ousa
tirar-me as cores.
não ousa nada. não
pensa
em nada, eu já sabia,
ao menos achava que
sim, mas você é
simplesmente tão
Insólito,
não é mesmo?

lili

"Dentro desse mundo congelado eu posso andar livremente e sem ser notado" II

enquanto você
contempla a outra
direção,
eu lamento
o vazio ao
meu lado.

sei que minha
dança é pobre
e desajeitada,
mas seu castigo
não demandava
tamanha severidade.

o que agora
me resta é transitar
pelas sombras.
o mesmo vale
do filme que ainda
não vi, das músicas
que andava evitando.

há! enganei a
penumbra e pude,
afinal, saber: 
você é um 
Pintor
que não pinta.

lili

quinta-feira, 23 de abril de 2009

curtinho

a corda frouxa
permite que
a mão hesitante
tenha sua chance.

Minto: permite
que o ombro
ansioso aproveite
mais um toque.

lili

terça-feira, 21 de abril de 2009

'A primeira lei é a do insólito!'

são tantos pescoços
explodindo, fundindo-se
pelas ruas de sempre;
mais uns sorrisos,
(talvez uma gargalhada)
confortáveis e calorosos.
o abandono é impassível,
o plástico é amarelo,
as vezes até vermelho,
acolhedor como um
cigarro encontrado na
bolsa logo ao chegar em casa.

o desconexo agrega sentido
enquanto as cabeças se
inclinam pra trás sem
ligar pra chuva ou
outras coisas.

-lili

segunda-feira, 13 de abril de 2009

desastre iminente

Sem cerejas e
chocolate, eu sou
Tão
idiota, mais uma vez.

(Rompem-se os pontos
no estômago, que
ameaça sangrar)

Aqui não é a
estação das tulipas.
Aqui, a primavera
é indiferente
enquanto uma pilha
vaza e se esvazia
de carga.

Praga e Paris continuam
a assombrar-me com
imagens de janelas,
óculos,....

(..nunca pensei em vocês como semelhantes!)

Mas já cantavam em
uníssono a assustadora
previsão "o fim não tem fim".

lili