segunda-feira, 29 de junho de 2009

obnubilada

acho que,
quanto menos eu fumo,
digo,
quanto menos a
fumaça fica
dentro
de mim,
mais ela fica ao meu
redor.

que raio
de motivação
é essa?

lili frustrada

quinta-feira, 25 de junho de 2009

cansada no dia 17

e agora? a pele
esquenta, mas
os órgãos esfriam
doentes, fracos
pela adrenalina
suja e escura,
que não me é natural!

vai, vai embora,
não me faça
mais ranger os
dentes.

lili de maio

sexta-feira, 19 de junho de 2009

cardápio

Ontem, eu só queria a
Xícara, mas o
Chá teve destaque discreto
E o bule ocupou muito
Espaço.

lili

kinder und enkel und...

a xícara se depara com
bules,
pires,
chá.
aonde foram as outras
xícaras?
uma, na esquina com o bule
outra,
n'outra esquina com o pires.
elas dançam,
rodopiam,
ficam cheias - como é de costume com as xícaras -
e voltam a se parear
lado a lado no armário,
vendo através do vidro suas
pequenas xicrinhas brincarem no sol.

lili

sexta-feira, 12 de junho de 2009

o jantar

sentar ali com todos aqueles
garfos e colheres
e copos
procurando um amigo na toalha de mesa
enquanto as
facas dançam
de mão em
mão e apontam para
qualquer direção
eu sou o norte
magnético que
a bússola fracassada aponta
pois o meu humor é
rude demais,
aparentemente.

lili

quarta-feira, 10 de junho de 2009

continua a ter o mesmo gosto

"Ach, du."
Torcendo meu pescoço
com essas mãos dóceis.
Não mais, não mais--
Eu quero que você pare dessa
vez, de verdade. Mas
você já parou, não é?

Os seus dedos foram
amputados da minha pele!
Por isso continuo a senti-los:
Maldito, essa foi a sua melhor
piada dos últimos tempos. Eu
rio,
Ainda não sei por quê.

Não faz diferença. Seguro
os meus joelhos, faminta.
Você foi um bom Frühstück;
O almoço ainda não chegou--

"Você sorri.
Não, não é fatal."

por uma lili mais feliz por estar novamente junto do seu querido Ariel.

sábado, 6 de junho de 2009

"abril vem como um idiota, balbuciando e espalhando flores"

entra sem bater na
porta, sem fazer
barulho, e faz
ganir baixinho
o cão deitado na
cama, letárgico.

nunca vai embora,
sempre pairando,
ameaçando voltar.
e não falha em
cumprir a promessa:

volta sim,
volta sempre,
chutando sem
pudor algum
a pobre alma que
insiste em ulular.

-lili

segunda-feira, 1 de junho de 2009

insisto em afirmar que não sinto dor, sofrimento ou morte

ah, querido, eu ando
velha demais pra você;
o nosso amor foi minha
grande constante e, sem
você, não sei quem seria,
mas esse vício durou o
bastante, não era isso
o que eu intendia.

eu não lhe deixo
de uma vez só, essa
façanha ainda não
consigo, enquanto
sei que nós somos um
nó, que você foi o
meu melhor amigo;

a minha primeira visita
durante a manhã
e o mais doce
encontro antes de
dormir, não posso
mais ser a sua nhãnhã,
e temo, querido,
que irei conseguir.

-lili