quarta-feira, 6 de abril de 2011

freddie

As conversas se atravessavam.Daí ha mais um pouco juntaram-se naquela mesa, ocupada por quatro, mais uns três, não lembro ao certo. Quiosque de ipanema a noite essas coisas acontecem. Os novos, a principio desconhecidos (pra mim continuam sendo) tornaram das conversas barulhentas, agora já um tumulto. Entao o olhei, ali na minha frente. Nao com olhos de 'devora-me' mas como quem diz que gostaria muito de continuar a conversa que antes mal se firmou. Ele percebeu e me chamou para caminhar na areia.
Falamos sobre sua namorada e as pegadas que ficavam para trás. Simulamos uma dança a partir delas. Voltamos. Agora sentados lado a lado, eu estava na quina da mesa. Do meu outro lado Pedro. Nao conseguia olhar pra ele muito bem. Me vinha a memoria do gozo na minha boca. Senti nojo. Só de escrever isso aqui ja me volta uma certa nausea. Aquela falta de carinho! Olhei para Freddie mais uma vez. Ele me deu a mão. Pensei na falta de gozo e no excesso de carinho.

-Posso te perguntar uma coisa?
-Claro.
-Não, não devo.
-Pergunta!
-Promete que continua sendo meu amigo?
-Prometo.
-Se...- disse na orelha dele- Em um mundo bizarro... Em que voce nao tivesse uma namorada...-Pausei por um tempo interno maior que o real- Eu poderia ser a sua?
-Não gosto da ideia de ficar trocando assim...
-Nao quero que troque! eu disse 'se' e 'em um mundo bizarro'
-Ah sim! Em um mundo bizarro... É claro né, que pergunta!

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