quinta-feira, 17 de setembro de 2009

dezesseis

deitada nos pedaços ensolarados da madeira,
o cabelo puxa a pele e o corpo vai se desfiando
(esse suéter já não prestava mesmo),
as linhas douradas derretendo pelas frechas.

par de tênis casualmente deixado ao lado de uma cama,
(fios)
casacos por cima da cadeira, bolsas na maçaneta,
(fios, fios)
desprovidos de qualquer entrelinhamento.

uma nova roca de madeira nobre,
costureirinhas sentindo-se abandonadas
em seus porões,
maquinando frankensteins de algodão.

um corpo estirado no deque, o livro esquecido em cima da mesa,
as flores saindo da porta, o cheiro impregnado nas paredes-

o que é isso tudo senão poeira amontoada?

-lili

2 comentários:

daniela disse...

isso

.luísa pollo disse...

são todas as suas lembranças aprisionadas em objetos pendurados.