segunda-feira, 15 de março de 2010

"Ah, mas eu não vou como vim"

se você aqui cortar, não
sangra; tamanha
é a dormência
no pé--

não faz cair,
nem implica um sentir,
tampouco evoca um xingar
ou afagos saudosos.
nada,

é o que desperta, e
não agrada ou agrega
ao que seguramente
chamo de um caso
sem evidências.
te julgo criminoso,
não o digo no jornal:

és apenas suspeito
para olhares alheios
de desinteresse.

um dia hei de ler
seu obituário.
talvez não reconheça seu nome,
como hoje já é com seu corpo
e entranhas.

-lili

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